Não quero ser aquela pessoa que vive presa à nostalgia e não consegue apreciar a beleza do que é atual. Acho mesmo que o efeito nostálgico condiciona a nossa perceção do presente, em tudo na vida, não sendo o futebol uma exceção. Mas a Bola de Ouro está cada vez mais aborrecida.
Quando era jovem, parecia que havia mais expectativa para ver quem ganhava o prêmio e havia mais credibilidade: as escolhas faziam sentido e eram praticamente unânimes ou, pelo menos, não chocavam ninguém.
Cresci com Ronaldinho, Kaká e toda a era Messi/Ronaldo. Esta última, embora alguns anos dividissem se opiniões, era perfeitamente aceitável que fosse um ou outro a vencer. Ok, em 2021 foi muito discutível o prêmio dado ao argentino e em 2023… pronto, venceu o Mundial, mas mesmo assim… Além disso, em 2018 o único vencedor possível tinha o nome de Cristiano Ronaldo. Modric é craque, mas não há bem justificação.
Enfim, eu não tenho mais paciência para a FIFA, UEFA e a descredibilização da Bola de Ouro para mim aconteceu em 2018. Percebe-se de quem sou fã, certo? Adiante.
Mas eu vejo os últimos dois vencedores, Rodri e Dembelé e, embora não queira tirar mérito aos jogadores, que são craques… não são excepcionais. E eu entendo os motivos de atribuição do prêmio, mas, sei lá… que aborrecido!
Eu peço o seguinte exercício ao leitor: compraria bilhete para ir ao estádio ver o Rodri a pautar o meio campo ou o Dembelé a rasgar defesas? Hmmm eu não! Nem vou questionar sobre Messi ou Cristiano Ronaldo, era óbvia demais a resposta. Mas e para Kaká? Ronaldinho? R9? Figo? Zidane? Van Basten? Peço desculpa, afinal a resposta também é óbvia.
Os critérios de atribuição da Bola de Ouro, a meu ver, são cada vez mais influenciados por terceiros, organizações multi-milionárias, ou pressões mediáticas. E sim, este ano ninguém me engana que o presidente do PSG não “obrigou” a que o prêmio fosse para um jogador francês. Nem vou entrar na discussão do porquê do vencedor claro ter de ser Vitinha (Olá, Liga das Nações) ou o escândalo que é Nuno Mendes (Olá, Liga das Nações) ter ficado em 10º lugar. Não me posso alongar, perco o controle, é um tema sensível desde 2018.
Além de que parece que os jogadores atuais, aqueles que mais brilham, passam semanas nas bocas do povo, não ganham nada. Isto naturalmente torna o prêmio mais aborrecido. Os jogadores também estão mais aborrecidos, para mim, mas com o calendário atual, em que tudo serve para vender, vender e vender, como podem eles brilhar como antigamente?
Está bem, eu sei que recebem milhões, mas o corpo não é uma máquina.
Talvez isto seja tudo um desabafo de quem cresceu na era Messi/Ronaldo e, depois disso, nada tem o mesmo sabor. Talvez o prêmio esteja menos credível. Talvez o futebol esteja mais aborrecido. Talvez eu não perceba nada disto.
A última opção é a correta, mas deixo a avaliação para o leitor.








